O presidente da Real Grandeza, Sérgio Wilson Ferraz Fontes, foi o moderador do painel "Estratégias de Alocação de Recursos Ativos", realizado terça-feira, dia 27 de agosto, durante o 8º Seminário 'O Desafio da Gestão de Investimentos na Previdência Complementar Fechada', realizado pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), no Hotel Transamérica, em São Paulo.
O painel abordou temas críticos para o processo de alocação, como o desafio para a gestão de investimentos num ambiente de taxa de juros decrescentes, como vem ocorrendo.
Junto Sérgio Wilson Ferraz Fontes, que também é diretor-executivo da Abrapp, participaram do painel a estrategista da TAG Investimentos, Francisca Brasileiro, o CIO da Vinci Partners, Fernando Lovisotto, o Head de Distribuição da America do Sul da Vanguard, Eduardo Mendes, e o Head de Distribuição Externa do BNP Paribas, Tiago Bellodi Costa Cesar.
De acordo com os organizadores, o Seminário, que termina na quarta-feira, 28 de agosto, promove uma reflexão sobre o cenário econômico e seus impactos na alocação de ativos frente aos compromissos previdenciários, vis-à-vis a obtenção de rentabilidade e a consequente avaliação das classes, além dos desafios particulares das entidades no que se refere ao ambiente regulatório e fiscalizador.
Leia, abaixo, um resumo do painel, publicado pelo informativo Acontece, da Abrapp:
Estratégias de alocação - Como realizar a gestão de um patrimônio próximo de R$ 1 trilhão em um ambiente de juros baixos foi a questão colocada por Sérgio Wilson, Diretor da Abrapp, ao iniciar a mediação do painel sobre "Estratégias de Alocação de Ativos". O principal desafio será bater as metas atuariais que se mantêm a um nível de 5,3% na média dos planos de Benefício Definido do sistema.
Francisca Brasileiro, responsável pela área de Gestão Estratégica de Recursos de Institucionais da TAG Investimentos indicou a importância de definir um processo de investimentos para a gestão de recursos dos planos e manter a disciplina em todos os momentos do mercado. Apresentou o modelo de Ray Dalio, gestor do maior hedge fundo do mundo, com US$ 122 bilhões, com a gestão bem sucedida ao se manter o foco na alocação de risco ao invés do asset alocation. "Faz toda a diferença definir o processo de investimento e o nível de risco suportado para manter a disciplina", defendeu Francisca em sua apresentação.
Aproveitar os prêmios existentes para as aplicações com prazos mais longos foi uma das recomendações transmitidas por Fernando Lovisotto, Sócio e CIO da Vinci Partners. Neste sentido, indicou a alocação em ativos de crédito privado com horizontes de longo prazo. "São prêmios que fazem todo sentido no longo prazo. Isso é possível mesmo mantendo a régua de risco adequado", disse. Um dos exemplos dados pelo gestor é o das debêntures de infraestrutura, que oferecem ainda a indexação à índice de inflação, que é adequada para os planos das EFPCs. Lovisotto indicou ainda as vantagens de diversificação de ampliação em bolsa doméstica e investimentos no exterior.
Eduardo Mendes, Head de Distribuição de Ativos da Vanguard para a América do Sul, falou sobre a tendência verificada nos EUA e outros mercados desenvolvidos de migração das aplicações em fundos ativos para produtos com gestão passiva. O fenômeno é explicado pelas vantagens de alocação em produtos com gestão passiva que são mais baratos que os fundos ativos. Apesar da vantagem de alocação passiva, o especialista defendeu uma combinação entre os dois tipos de gestão para alcançar melhor desempenho para as carteiras das EFPCs.
Tiago Bellodi Cesar, Head de Distribuição Externa do BNP Paribas, apresentou as vantagens de alocação em fundos de fundos tanto do mercado doméstico quanto do exterior (Fund of Funds), que trazem o benefício da diversificação. "Os fundos de fundos permitem melhor combinação de diferentes gestores e estilos e isso melhora os atributos de investimentos, com redução da volatilidade", disse. O produto permite o acesso aos melhores fundos do mercado, além de evitar os piores gestores, que podem provocar perdas importantes que comprometam a carteira.
(27/08/2019)