O coronavírus é um vírus, que surgiu em dezembro na China, na cidade de Wuhan, sem uma medicação específica. Se ele não for diagnosticado precocemente e as complicações tratadas, a doença pode agravar e as pessoas vão a óbito muitas vezes por falta de diagnóstico. 
O governo chinês, por uma questão política de saúde, demorou um pouco para divulgar as estatísticas e ninguém esperava que ele tivesse esse comportamento agressivo. Então, quando o governo divulgou já tinham casos graves, doentes internados e já tinha uma situação de epidemia (“um aumento nos casos, seguido por um pico e depois uma diminuição”) na cidade de Wuhan.

Ele é viral e é transmissível de pessoa para pessoa, humano através das gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, toque ou aperto de mão e contato com superfícies contaminadas. Repetindo, somente de pessoa para pessoa. 
Se a pessoa apresentar algum sintoma respiratório, quando ela fala libera gotículas de saliva e a infecção ocorre quando essas gotículas entram em contato com mucosas, como boca, olhos e nariz.
Você pode não estar perto de alguém infectado, mas pode colocar a mão em superfícies não higienizadas, como a mesa, maçaneta, teclado, descargas de banheiros públicos e telefone. E como a pessoa está acostumada a colocar a mão no rosto, olhos, nariz e boca após entrar em contato com essas superfícies, o vírus depositado nesses locais causam infecção. Essa é a grande dificuldade.
Ele é um vírus que não fica muito tempo no ambiente, morre com água e sabão ou álcool gel, mas passa de uma pessoa para outra com muita rapidez e a população não está acostumada a ter alguns cuidados básicos de higiene

O comportamento do coronavírus é de um vírus como o da gripe, resfriado e influenza. E ele apresenta sintomas respiratórios, como febre, incômodo na garganta (Atenção: não precisa ser dor. Pode ser um leve arranhar), tosse seca, coriza, secreção nasal, dificuldade ou esforço para respirar. Os sintomas do coronavírus são gripais, mas ele não é uma gripe.
A partir daí, qual é a grande dificuldade? Hoje o mundo é todo globalizado. Então milhões de pessoas, quando o vírus estava na China, estavam se encontrando, viajando e o vírus não respeita fronteira. A Organização Mundial de Saúde (OMS) acabou de anunciar uma pandemia. O que significa pandemia? É uma epidemia que está em vários países. Hoje só a Antártida não tem coronavírus porque não tem muito habitante, não tem reservatório animal e o local é muito frio. Então não adianta a gente entrar em pânico. Importante é entender o vírus, se proteger e ficar atento às orientações.

1) Uma pessoa passa para a outra e essa que foi infectada pode demorar até 14 dias para ter algum sintoma. Isso que a gente chama de período de incubação. A média do período de incubação é cinco dias e depende da imunidade de cada um (podem ser dois dias ara uma pessoa 7 ou 10 dias para outra). Após 14 dias no máximo, essa pessoa começa a manifestar os sintomas que podem ser todos juntos ou um só. Ou podem ser exuberantes ou brandos.

Em alguns casos, a pessoa nem percebeu que estava com o coronavírus porque teve uma dor muscular leve e nem percebeu. Então existem várias formas dessa doença se manifestar por conta disso. Depende de cada organismo.
De acordo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde para o caso do coranavírus, considera-se febre a elevação da temperatura corporal igual ou maior a 37,8ºC. Se você teve febre, é necessário aferir a temperatura utilizando o termômetro e não colocar a mão na pessoa. Se a pessoa está com dificuldade para respirar, mesmo que ela tenha febre de 37,8ºC , a dificuldade para respirar é um sintoma de agravamento.

Depois que o vírus se instala e eu apresento alguns sintomas, brandos ou não, ele pode durar alguns dias. E durante este período, a pessoa que contraiu a doença continua transmitindo para outras pessoas. É por isso que o recomendado é: a pessoa que tem o diagnóstico de coronavírus deve ficar em isolamento (ela não vai à escola, à igreja, ao trabalho, ao clube, ao supermercado e ao cinema). Além disso, ela deve usar máscara para não contaminar os outros.

2) As pessoas,mesmo que estejam sem sintomas (e existem poucos casos) podem transmitir o coronavírus. Então às vezes você não teve nenhum desses sintomas e você resolve fazer o teste porque alguém da sua família teve e o resultado do seu exame é positivo. Na maioria dos casos a pessoa apresenta algum sintoma.

Não adianta quem não estar doente usar a máscara, pois a máscara umidifica com a respiração e com a saliva e precisa ser trocada a cada duas horas para ser efetiva. Todo mundo vai gastar uma fortuna de máscara se for usar o dia inteiro.
Na China já é um hábito cultural usar máscara, independente do surgimento do coronavírus. A máscara deve ser usada para quem está doente e para os profissionais de saúde que vão cuidar dos pacientes infectados. Nos profissionais de saúde, a máscara, o óculos e eventualmente o capote (avental cirúrgico) agem como equipamento de proteção individual.

A pessoa recebe o diagnóstico positivo da doença e fica em casa em isolamento ou em isolamento hospitalar se a doença tiver uma evolução mais rápida e mais grave. A doença dura no máximo até 14 dias e a pessoa não vai ficar em quarentena o resto da vida, pois você não carrega o vírus por resto da vida.

Todo processo de infecção, seja ela viral, bacteriano ou por fungos ele deixa uma cicatriz imunológica (o seu organismo reconhece que aquele vírus, bactéria ou fungo já atacou você). Os cientistas ainda não sabem, por que o coronavírus é uma doença recente, quanto tempo dura essa imunidade.

O caso recente na cidade de São Paulo aconteceu o seguinte: ele fez um diagnóstico, mas antes dele ficar sintomático, ele recebeu 30 pessoas, entre familiares e amigos, logo após retornar da Europa para um almoço. Ele tinha acabado de chegar do epicentro do vírus no momento e espalhou para 30 pessoas ao falar. E essas 30 conhecem mais de 30 ou 60 e saíram para trabalhar, usou transporte público, foi para escola, tem filho, empregada e fez um efeito de pirâmide. Por isso é uma epidemia, pois você não controla.

Quando ele recebeu o diagnóstico de coronavírus, a pessoa que mora com ele, chamada de contactante ou comunicante, é a primeira pessoa a ser investigada, pois está disposta a carga viral todos os dias e o tempo todo. Essa pessoa foi obrigatoriamente testada para o coronavírus porque tinha esse nexo. Então se o seu marido tiver coronavírus, você querendo ou não, vão ter que testar para coronavírus obrigatoriamente. Numa epidemia algumas coisas não são voluntárias, pois é o coletivo se sobrepondo ao individual.

E se você visitou uma pessoa que, por exemplo, chegou da Itália, mas você não está doente, elas ficam sendo monitoradas pela Vigilância Sanitária num período de 14 dias e a partir daí segue a vida normal (As outras pessoas que tiveram contato com o homem morador da cidade de São Paulo e não moram na mesma residência começaram a ter monitoramento da Vigilância Sanitária).

Depois do prazo pré-determinado pelo Ministério da Saúde, as pessoas podem conviver com as pessoas normalmente se não tiver complicação nenhuma. No caso citado no estado de São Paulo, foi uma evolução benigna, mesmo sendo uma pessoa de 60 anos ou mais, que é a preferência do coronavírus.

No Brasil até agora foi identificado um caso de um adolescente e fora do Brasil praticamente não teve e nem com criança. O idoso normalmente fica em ambiente fechado, tem doenças associadas(pessoas que apresentam quadro de comorbidades: Diabetes, Hipertensão, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, doença autoimune, artrite,artrose), usa algum tratamento específico (nesses casos a evolução do vírus vai sempre mais exuberante nessas pessoas).

Então o idoso é uma pessoa mais debilitada, de menos mobilidade e mais fragilidade. Tanto que na Europa e na China, os idosos foram os primeiros a serem infectados e quando foram encaminhados para o hospital já apresentavam um quadro de pneumonia grave e dificuldade respiratória. Então, nem tudo que aconteceu lá fora vai acontecer aqui. A gente tem uma estruturação do Sistema de Saúde do SUS muito boa, coordenada, com documentação de casos muito bons. Na dúvida, o importante é buscar a informação técnica.

O Ministério da Saúde esclarece que é preciso entender bem os sinais para saber em que momento você deve procurar a emergência e em que momento será necessário a internação.
O diagnóstico é feito da seguinte maneira: se você tiver as características clínicas e teve contato ou voltou da China ou da Europa, a pessoa vai fazer o exame genético para a identificação do coronavírus, realizado por PCR, através da secreção respiratória (O exame será incluído no rol de procedimentos e eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde com cobertura obrigatória para quem tem plano de saúde). Toda vez que uma pessoa é atendida com suspeita de coronavírus, o médico que atendeu, na rede pública ou privada, é obrigado a fazer um boletim de identificação epidemiológica. E nesse boletim ele vai classificar se aquele paciente é suspeita confirmada ou é um caso que depois de realizado o exame não foi confirmado.
Para os beneficiários residentes em locais que não tenham nenhuma instituição privada credenciada da FRG, o diagnóstico no SUS é feito da seguinte forma: o profissional colhe o material e envia para o laboratórios públicos de referência (Fiocruz –RJ, Instituto Adolfo Lutz – SP, Brasília e Goiânia)

Não é recomendável fazer o exame por conta própria se a pessoa não tem nenhum sintoma. Além de gastar dinheiro, vai tomar o tempo e atenção dos profissionais de saúde, correndo o risco de ser contaminado ao procurar a emergência de um hospital porque é um local com grande aglomeração de pessoas.

- Lavar as mãos com água e sabão comum ou detergente até o punho, esfregando as partes internas das unhas por 20 segundos para dissolver a cápsula do vírus.

- Usar álcool gel 70% quando não consegui lavar as mãos. Mas ele não substitui a lavagem das mãos.

- Evitar colocar a mão na boca ou nariz ao tossir ou espirrar. O ideal é levar o rosto a parte interna do cotovelo. E usar lenço de papel descartável.

- Manter a casa arejada e limpa.

- Evitar visitas.

- A pessoa bem alimentada e saudável vai reagir melhor ao vírus. Vitamina C não previne coronavírus.