Equipe do Hospital Pró-Cardíaco e coordenadoras do programa Saúde Na Real<br /> posam para a foto no final da palestra no auditório de Furnas
O Saúde Na Real realizou no dia 13 de julho a palestra “AVC para leigos - uma conversa com a equipe multidisciplinar", com os especialistas do Hospital Pró-Cardíaco (RJ), no auditório de Furnas (Escritório Central). O objetivo das palestras é levar a informação sobre a doença de forma menos técnica para o entendimento do público em geral.
O AVC, sigla para Acidente Vascular Cerebral, é um evento geralmente súbito e ocorre quando há um entupimento ou ruptura dos vasos que levam sangue ao cérebro. Há dois tipos da doença que pode acontecer em qualquer fase da vida, dependendo dos fatores de risco que mudam com o decorrer da idade: AVC hemorrágico (derrame) e AVC isquêmico (trombose).
De acordo com o neurologista Aquiles Mamfrim, em cada seis pessoas uma pessoa vai ter AVC em algum momento da vida. A doença abrange a família inteira ou grupo social, interferindo na vida social, nas relações pessoais e profissionais. O médico apresentou uma visão geral do AVC, considerada a segunda maior causa de morte, com seis milhões de morte por ano. Ele destacou dois pontos importantes: conhecer os sinais de alerta da doença e entender que é preciso agir rápido. “Tudo o que se faz hoje com relação ao AVC e que consegue mudar a história natural da doença, tem que ser rápido. “O tempo é curto e é preciso agir rápido para reduzir as chances de complicações. Tempo perdido é cérebro perdido”, ressaltou o médico.
No Brasil temos 400 mil casos novos de AVC por ano e para reduzir os risco da doença é preciso que cada pessoa conheça seus próprios fatores de risco – pressão alta, diabetes, colesterol alto, sedentarismo, tabagismo e obesidade. Outros fatores de risco contribuem para o surgimento da doença como a idade, raça, constituição genética e o sexo. Segundo o médico, uma das formas de se proteger contra a deonça é praticar atividade física regularmente e manter uma dieta saudável, rica em frutas, vegetais e com pouco sal. “ Acredito que 90% dos casos podem ser evitados se cada pessoa conhecer os seus fatores de risco. Dessa forma, é possível trabalharmos juntos para evitar a doença”, afirmou o neurologista.
Além de conhecer os fatores de risco é importante saber os três pequenos sinais considerados indicativos de AVC: boca torta, perda de força em um dos lados do corpo e dificuldades na fala ou na compreensão. De acordo com o neurologista, se um destes sinais estiver presente, a probabilidade de AVC é de 72%.
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
A prevenção secundária de um novo AVC deve ter sua importância reforçada para as pessoas que já tiveram a doença. Segundo o médico, de 5 a 14% dos pacientes que já tiveram AVC faz um novo evento em um ano. E em cinco anos, 24% das mulheres e 42% dos homens que já tiveram AVC vão fazer outro. Portanto, é preciso evitar novos acidentes vasculares porque as seqüelas vão se acumulando.
Aquiles Manfrim chama atenção para os casos de vítimas de ataque isquêmico transitório (ameaça de AVC) ou AVCs menores (com poucos sintomas). O acidente isquêmico transitório ocorre quando um paciente tem o sintoma do AVC e ele reverte completamente em poucos minutos às condições iniciais. Esse episódio revela que os mecanismos para o paciente ter o AVC estão presentes e é importante não relaxar. “Não importa se o paciente teve um AVC que reverteu ou um AVC pequeno. A importância é a mesma e a pessoa deve procurar um hospital para fazer uma avaliação médica”.
REABILITAÇÃO
A maioria das pessoas que têm AVC ficam com uma incapacidade e precisam passar por um processo de reabilitação para ajudar na melhora da capacidade funcional, e consequentemente, na melhora da qualidade de vida. O paciente deve fazer um acompanhamento com psicólogos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas incluindo estratégias preventivas e controle dos fatores de risco.
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE AVC DO HOSPITAL PRÓ-CARDÍACO
O grupo multidisciplinar de atendimento AVC do Hospital Pró-Cardíaco trabalha de forma integrada, acompanhando todas as etapas de atendimento. Criado em 2012, o grupo se reúne semanalmente para discutir as propostas de melhoria de desempenho dos seus processos, acompanhando cada paciente e aprendendo mais sobre a doença com a troca de experiência entre os membros da equipe.
O grupo é formado pelos seguintes especialistas: neurologista (Dr. Aquiles Mamfrim), farmacêutica (Mariana Vasques); enfermeira (Beatrice Lima); psicóloga (Natália Telles); fonoaudióloga (Carolina Ruiz); nutricionista (Tatiana Pereira); enfermeira (Geisy Souza) e fisioterapeuta (Gabriel Pinheiro).
Confira as palestras do programa Saúde Na Real:
- Sexualidade (março 2017)
- Patologias do sistema digestivo (maio 2017)
(19/07/2017)