Boletim semestral elaborado pela Diretoria de Investimentos da Fundação Real Grandeza Ano VIII - Número 20 - março de 2023 (Referente ao 2o semestre de 2022)
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O segundo semestre de 2022 foi marcado pela persistência das pressões inflacionárias e pela continuidade dos ciclos de aperto monetário dos principais bancos centrais do mundo. Fatores conjunturais, como a guerra na Ucrânia e taxas reais de juros baixas, seguem dificultando o processo de redução da inflação global. Enquanto na zona do Euro as pressões se concentram em segmentos específicos, como energia; nos Estados Unidos elas apresentam grande dispersão.

Somado ao aperto monetário, uma China – que lida com baixa atividade por causa das políticas adotadas pelo governo central em combate à COVID-19 e com uma crise imobiliária – consolida no mercado a expectativa de desaceleração econômica global e taxas de inflação superiores às médias observadas nos anos recentes.

 

 

Fatores conjunturais, como a guerra na Ucrânia e taxas reais de juros baixas, seguem dificultando o processo de redução da inflação global

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No Brasil, a maior contribuição para o índice de inflação oficial, que fechou o ano em 5,79%, veio do aumento do preço dos alimentos, sem efeitos relevantes sobre os salários. A inflação foi menor que nos desenvolvidos porque: (i) o BC brasileiro iniciou cedo, ainda em 2021, o ciclo de aperto e (ii) conseguiu gerar uma deflação no segundo semestre de 2022, decorrente das desonerações tributárias sobre os combustíveis, realizadas pelo então governo vigente.

Particularmente no mercado de renda fixa, a partir do segundo semestre de 2022 e ainda atualmente, as taxas estão particularmente altas. Isso decorre de uma maior percepção de risco acerca da consolidação fiscal, cuja gravidade ficou ainda maior diante do crescimento recente dos gastos públicos e a percepção de parte do mercado de que o governo eleito adotará políticas e medidas que aumentem ainda mais o endividamento do país.