Boletim semestral elaborado pela Diretoria de Investimentos da Fundação Real Grandeza Ano VIII - Número 19 - agosto de 2022 (Referente ao 1o semestre de 2022)
cenário econômico e oportunidades
palavra 
do gestor RENTABILIDADE DOS PLANOS ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTOS

Um desafio a mais

para suas autoridades monetárias

O primeiro semestre de 2022 foi marcado pela aceleração inflacionária e pela intensificação dos ciclos de aperto monetário pelos principais bancos centrais do mundo, no intuito de conter a intensidade desse processo. Fatores conjunturais, como a guerra na Ucrânia, foram capazes de acentuar a pressão sobre os preços, especialmente sobre commodities e energia. Diferentes perfis inflacionários também foram observados entre os países: os da zona do euro com uma inflação mais restrita a grupos específicos, os Estados Unidos e o Brasil, por exemplo, mais disseminada, o que representa um desafio a mais para suas autoridades monetárias.

 

O primeiro semestre de 2022

foi marcado pela aceleração

inflacionária e pela

intensificação dos ciclos de

aperto monetário pelos

principais bancos centrais

do mundo

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A explicação para tais fenômenos se dá principalmente pela dependência que os países europeus têm da energia fornecida pela Rússia, envolta em embargos econômicos. Já nos Estados Unidos e no Brasil, os impactos da guerra foram indiretos e contam predominantemente com fatores ligados à demanda aquecida e choques de oferta. Sendo assim, é de se esperar que ações tomadas pelos bancos centrais da Europa para conter o processo inflacionário surtam menos efeitos sobre os preços, visto que os aumentos estão concentrados no lado da oferta e em uma gama restrita de produtos. Enquanto, no continente americano, a política monetária contracionista tende a ter mais efetividade sobre a contenção da demanda agregada e, consequentemente, sobre a inflação.

 

 Esse contexto traz consigo uma esperada desaceleração econômica. Afinal, as medidas prudenciais tomadas pelos bancos centrais provocam impactos secundários na economia, como o encarecimento do crédito e a inibição de investimentos. Já ao fim do primeiro semestre de 2022, o temor de uma recessão estava presente entre diversas economias, especialmente naquelas que não recuperaram por completo os níveis de atividade e emprego desde a crise mundial vivida no ano de 2020. Sendo assim, em uma conjuntura de juros mais altos e crescimento menor, o segmento de renda fixa costuma ganhar protagonismo em detrimento do segmento de renda variável.

 

 

Esse contexto traz

desaceleração econômica pois, as medidas tomadas,

provocam impactos

secundários na economia,

como encarecimento do

crédito e a inibição de

investimentos

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No Brasil, desafios relacionados à consolidação fiscal contribuíram para adicionar volatilidade ao mercado de títulos públicos. Somadas a um contexto de taxas de juros mundialmente mais altas, melhores oportunidades de compras de títulos foram possíveis comparativamente ao semestre anterior. Também contribuiu a proximidade de eleições gerais no país, período comumente marcado pela tomada de decisões populistas e pela elevação momentânea da percepção de risco.

 

Por fim, é essencial ressaltar a importância da busca pela diversificação de carteiras de ativos e o simultâneo acompanhamento das trajetórias de juros e inflação, visando a redução da volatilidade e o aproveitamento de oportunidades. A inflação interfere diretamente na meta de investimentos dos planos sob gestão da Real Grandeza e na rentabilidade de ativos, que detêm índices de preço como indexador. Já os juros em nível elevado, se por um lado impactam negativamente a atividade econômica e o preço atual dos ativos, por outro, costumam oferecer rentabilidades futuras atrativas nos mercados de renda fixa e renda variável. Em suma, o custo de oportunidade de investimento em todas as classes de ativos acaba sendo alterado por essas variáveis e, portanto, estar atento às mudanças de cenário se faz essencial para a gestão dos investimentos. Sendo assim, a tabela abaixo permite observar a evolução do cenário projetado para o Brasil que subsidia a gestão dos investimentos das carteiras, entre dezembro de 2021 e junho de 2022.