CENÁRIO ECONÔMICO
Novo ciclo de alta
de juros no Brasil
No cenário internacional, observamos nos EUA o arrefecimento da inflação, cada vez mais próxima da meta de 2% ao ano, juntamente com um mercado de trabalho em melhor equilíbrio. Tudo indica que o banco central americano (FED) caminha para um pouso suave da economia e vai conseguir cumprir seu mandato sem grandes custos para a população.
O FED já iniciou seu ciclo de cortes de juros, mas seu presidente, Jerome Powell, reitera que as decisões serão tomadas a cada reunião, a partir da análise dos dados. Isso faz com que o mercado acompanhe “com lupa” os próximos dados de atividade, mercado de trabalho e inflação. Como consequência, os mercados globais estão voláteis e de difícil leitura para os especialistas, o que também impactou os investimentos da Real Grandeza, neste ano bastante desafiador.
O momento mais recente no cenário internacional traz o resultado das eleições americanas. Após a vitória de Trump, o mercado tem precificado um cenário de dólar forte e juros mais altos, em razão de uma expectativa de maior pressão inflacionária, causada pelos planos de imposição de barreiras tarifárias, anunciados pelo presidente eleito. Entretanto, como ainda há muita incerteza acerca das políticas públicas americanas para os próximos 4 anos, a Real Grandeza optou por esperar, a fim de ter mais clareza sobre esse cenário, para avaliar se será necessária alguma mudança na gestão das carteiras.
No cenário doméstico, o Banco Central Brasileiro iniciou um ciclo de alta de juros, enquanto os juros globais estão caindo. Isso pode ser explicado por três motivos principais: primeiro, porque a economia mostra sinais de sobreaquecimento, com dados de atividade surpreendendo para cima e o desemprego nas mínimas históricas; em seguida, as expectativas de inflação para 2024 e 2025 estão aumentando e apontando para fora do intervalo da meta; por último, a incerteza em torno do arcabouço fiscal e da estabilidade da dívida elevam a percepção de risco no preço dos ativos e a incerteza sobre a inflação futura.
Nesse contexto, o mercado aguarda um anúncio de medidas para controle de despesas, que vem sendo preparado pelo governo, ainda com uma postura de ceticismo e “mau humor”. Isso se reflete nos ativos de risco brasileiros, o que explica a performance ruim no ano para a bolsa, a renda fixa e o real frente ao dólar.