Diretoria de Seguridade da Real Grandeza Ano II - Número 23 - Janeiro de 2023 CALENDÁRIO ANUAL
Diabetes - diagnóstico e detecção precoce podem prevenir complicações

Médico endocrinologista do Programa Linha de Cuidado fala da importância dos exames de rotina

O Dia Mundial do Diabetes foi celebrado no dia 14 de novembro. A data, criada em parceria entre o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), serve para conscientizar a população sobre a doença e a importância dos exames de rotina para prevenção e detecção precoce. Para falar sobre o tema, o Conexão Saúde convidou o médico endocrinologista do Programa Linha de Cuidado, o Dr. Ronei Gustavo Paim de Vargas, com residência em clínica médica e especialização em Endocrinologia e Metabologia pelo Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE/PUC-RJ)..

Quando o assunto é diabetes, o Brasil é considerado o quinto país no ranking mundial da doença. O diabetes é uma doença crônica provocada pela incapacidade do organismo em produzir insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, ou pela dificuldade em utilizá-la adequadamente. “É uma doença que tem características genéticas mas, em grande parte, está associada ao estilo de vida e ao modelo de alimentação das pessoas”, explica Dr. Ronei Paim.

Dentre os fatores de risco para diabetes, ele destaca o diagnóstico pré-diabetes, pressão alta, colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue, sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura, pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes, doenças renais crônicas, diabetes gestacional, síndrome dos ovários policísticos, diagnóstico de distúrbios psiquiátricos – esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, apneia do sono e uso de alguns tipo de medicamentos como os corticóides.

Segundo o endocrinologista, a busca de informação sobre a doença, comportamentos saudáveis, como a prática de atividade física, e um bom planejamento alimentar podem ajudar no controle da doença, mesmo quando há fatores genéticos. Além disso, uma pessoa com histórico familiar deve ficar atenta e realizar periodicamente o controle da glicemia, com o acompanhamento de profissionais de saúde e tratamento adequado, evitando complicações mais graves da doença, como a cegueira e amputações.

A conscientização e a busca de informações sobre a doença são fatores importantes, principalmente no estágio do pré-diabetes em que os pacientes ainda têm chance de reverter o progresso da doença. A fase do pré-diabetes ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, porém ainda não o suficiente para caracterizar um diabetes tipo 1 ou tipo 2.

O médico endocrinologista médico do Programa Linha de Cuidado da Real Grandeza ressalta que a pandemia, infelizmente, afetou os hábitos saudáveis de milhares de pessoas, aumentando a prevalência de fatores de risco para o diabetes, como excesso de peso, hipertensão, altos níveis de colesterol e o sedentarismo. “O retorno ao “novo normal”, após o período mais crítico da crise sanitária causada pelo Coronavírus, é importante manter um estilo de vida saudável, agendar consultas ambulatoriais e realizar exames de rotina para prevenção e detecção precoce da doença”.

 

O retorno ao “novo normal”, após o período mais crítico da crise sanitária causada pelo Coronavírus, é importante manter um estilo de vida saudável, agendar consultas ambulatoriais e
realizar exames de rotina para prevenção e detecção precoce da doença.


Dr. Ronei Paim

Tipos e sintomas

Os tipos de diabetes mais comuns são o tipo 1, tipo 2 e a gestacional.

 

• Diabetes Tipo 1 - É uma doença autoimune. Ou seja, o próprio sistema de defesa do corpo atua de forma contrária, atacando as células do pâncreas, que é o responsável pela produção da insulina. E, por conta disso, o organismo passa a produzir pouca ou nenhuma insulina para controlar o açúcar no sangue. No tipo 1, a doença costuma aparecer em geral na infância ou na adolescência e, por conta disso, quem tem a diabetes do tipo 1 precisa tomar insulina todos os dias.

 

• Diabetes Tipo 2: É a forma mais comum da doença e, em geral, surge depois dos 40 anos de idade. Entretanto, devido ao estilo de vida, alimentação e obesidade verifica-se um aumento da doença também entre crianças e adolescentes. Esse tipo de diabetes é associado à obesidade, histórico familiar, sedentarismo, envelhecimento, histórico de diabetes gestacional, podendo surgir tanto na gestante como na criança.

 

• Diabetes gestacional: Devido ao aumento de peso da gestante durante a gravidez, pode surgir a doença e, se não acompanhada e tratada adequadamente, pode evoluir para quadros de diabetes do tipo 2 e levar a complicações no parto para a gestante e também para o bebê.