Campanha visa conscientizar sobre a importância do cuidado com a saúde mental e emocional
“Quem cuida da mente, cuida da vida”. Esse é o tema da Campanha “Janeiro Branco”, ação que acontece no mês de janeiro e busca conscientizar as pessoas sobre a importância do cuidado com a saúde mental e emocional. A data foi criada, em 2013, por um grupo de psicólogos de Minas Gerais e hoje percorre diversos estados brasileiros, mobilizando a sociedade sobre a importância da campanha. Para falar sobre o tema, o Conexão Saúde convidou a psicóloga, Ana Flávia Aparecido Melo, do Programa Linha de Cuidado, em Passos (MG), para a Seção Calendário Anual.
Após dois anos de pandemia do Coronavírus, nunca foi tão importante elevar o conhecimento sobre os cuidados com a saúde mental e, principalmente, procurar a ajuda de profissionais especializados para tratar da saúde e dos transtornos, como depressão e ansiedade. De acordo com a psicóloga, a pandemia estimulou os cuidados com a saúde mental e emocional, com um aumento na procura de cuidados, uma vez que a busca pelo autoconhecimento é um dos fenômenos provocados pelo isolamento social. Entretanto, muitas pessoas já sofriam caladas com a questão antes do início da pandemia porque ainda é difícil quebrar o tabu e procurar ajuda. “O meu trabalho de psicóloga no Programa é voltado à atenção primária do beneficiário, que, por meio da escuta ativa, tem por objetivo o cuidado com a saúde mental, a melhor qualidade de vida e o bem estar emocional. Muitas pessoas ainda acreditam que não é necessário um acompanhamento psicossocial porque o assunto ainda é visto como “coisa de maluco” ou para “os fracos da cabeça”, assinala a psicóloga.
Para Ana Flávia, uma mente saudável resulta em equilíbrio e bem-estar. E ações de conscientização como o Janeiro Branco ajudam no recrudescimento dos casos de adoecimentos por motivo da saúde mental. A psicóloga alerta que é preciso estar atento à presença de sinais que possam indicar o desequilíbrio mental e emocional, como falta ou excesso de apetite; baixa autoestima, perda de interesse nas atividades cotidianas; isolamento ou afastamento do seu círculo social; irritabilidade e/ou agressividade; sono desregulado, entre outros. A procura por ajuda deve acontecer quando perceber a presença de um ou mais sinais e o atendimento especializado é primordial para orientar o paciente e a família. “É fundamental desenvolver ações e orientações a respeito das condições e características emocionais do indivíduo. As pessoas precisam se conhecer melhor e refletir sobre a qualidade de seus relacionamentos, especialmente suas emoções, pensamentos e comportamentos. O conhecimento pode ajudar no recrudescimento dos casos de adoecimentos por motivo da saúde mental”, destaca.
Para combater o adoecimento mental, Ana Flávia recomenda uma boa organização das rotinas e tarefas para, assim, evitar contratempos e desconfortos durante o dia. Também é importante ter uma alimentação balanceada, criar o hábito de praticar atividades físicas, que além de modelar o corpo, libera endorfina no organismo, alivia o estresse, a ansiedade e o mal-estar. Além disso, é importante buscar o autoconhecimento, manter pensamentos positivos em relação a si, aos outros e à vida e reservar tempo na agenda para lazer com a família, evitando lugares com aglomeração.
Ana Flávia chama a atenção para o excesso das redes sociais e das tecnologias em tempos de pandemia. O mau uso da tecnologia pode comprometer a saúde, pois, segundo a psicóloga, as pessoas se tornam dependentes da ferramenta. Além do sentimento de dependência, o estresse, ansiedade, distúrbios do sono e depressão são identificados como os efeitos do mau uso da tecnologia. É possível criar uma convivência saudável impondo limites diários para dar um descanso à mente e garantir uma melhor qualidade de vida. “É preciso criar o hábito de se desconectar. Tirar no mínimo uma hora por dia para atividades ao ar livre, ler um bom livro, meditar, tirar uma soneca, entre outros, pode ser um bom começo, conclui.