INFORMATIVO DE MACROECONOMIA E FINANÇAS PESSOAIS DA FUNDAÇÃO REAL GRANDEZA
Ano IV - Número 33 Julho/Agosto de 2018
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A essência dos juros bancários no Brasil
n A economia brasileira vivenciou uma dura recessão nos últimos anos. À medida que a crise econômica se aprofundou, os níveis de preço se estabilizaram, em grande parte devido à queda no consumo e ao elevado nível de ociosidade. O Banco Central, frente a um cenário de inflação mais comportada, viu espaço para reduzir a taxa básica de juros da economia (Selic), que alcançou o seu nível histórico mais baixo (6,5% a.a.) em março desse ano. A pergunta que surge naturalmente, diante desse cenário é a seguinte: por que a redução da taxa Selic ainda não se refletiu inteiramente em crédito bancário mais barato para a população?

Para responder a cesta questão é preciso entender o conceito de spread bancário, que corresponde à diferença entre os juros praticados no empréstimo e a taxa de captação de recursos pelos bancos, que tem como referência a Selic. Após captarem recursos no mercado, os bancos têm liberdade para decidir a taxa de juros das suas operações de empréstimos e financiamentos a pessoas físicas e jurídicas. Portanto, o custo do empréstimo bancário depende também não só do nível da taxa Selic, mas também do spread praticado por cada instituição financeira.

O Banco Central começou a reduzir a Selic em outubro de 2016. Naquele momento, a taxa, que era de 14,25%, recuou para 14,0% e continuou sendo reduzida nas reuniões seguintes, até chegar ao nível atual, de 6,5%, fixado em março de 2018, quando foi encerrado o seu ciclo de queda. Em outubro de 2016, a taxa de juros bancária para pessoa física (média apurada pelo BC) era de 43,1% a.a., e o spread bancário, 33,7%. Quando o ciclo de corte da Selic foi encerrado, essa taxa era de 33,0% e o spread bancário, de 27,0%. Portanto, tanto a taxa de juros quanto  o  spread recuaram, porém, em intensidade menor. O spread bancário para pessoa física continuou recuando, tendo alcançado 24,2% em junho (último dado divulgado pelo Banco Central), mas continua em nível muito alto, comparativamente ao de outras economias.

De acordo com dados do Banco Mundial, o spread bancário em outros países emergentes como o Brasil é de 5,6%, na Rússia; 4,6%, no México; 9,7%, na Argentina; e 2,9%, na China. Fatores como inadimplência, compulsório bancário, impostos e concentração setorial explicam o elevado nível do spread no Brasil. Quanto à concentração bancária, vale destacar que, no Brasil, apenas 4 instituições financeiras são responsáveis por, aproximadamente, 80% do crédito, segundo dados do Banco Central. Alguns avanços têm ocorrido, mas o custo continua muito alto para quem precisa contrair um empréstimo bancário.

Fatores como inadimplência, compulsório bancário, impostos e concentração setorial explicam o elevado nível do spread no Brasil. Quanto à concentração bancária, vale destacar que, no Brasil, apenas 4 instituições financeiras são responsáveis por, aproximadamente, 80% do crédito, segundo dados do Banco Central. Alguns avanços têm ocorrido, mas o custo continua muito alto para quem precisa contrair um empréstimo bancário.

 

Tesouro Nacional - é um órgão de administração pública, ligado ao Ministério da Fazenda, cuja função é gerenciar o caixa do Governo, garantindo o equilíbrio entre as receitas e os desembolsos. Além disso, o Tesouro é responsável pela gestão da dívida pública do país, quando emite títulos em mercado com o objetivo de financiar o estado brasileiro.

O que você precisa saber antes de investir em Renda Fixa?

n Para quem não gosta de correr riscos no mercado de ações, os ativos de renda fixa são uma opção acessível à maioria dos investidores, incluindo os pequenos poupadores, na medida que oferecem possibilidades de ganhos com menor risco. Nos títulos de renda variável, o preço oscila de acordo com o valor de mercado das empresas, deste modo, a rentabilidade é variável e mais difícil de prever. Mas o que é importante saber antes de investir em ativos de renda fixa? Basicamente, é preciso estar atento a três fatores: a remuneração, o prazo e o risco de crédito do emissor.

Existem títulos com diferentes taxas referenciais que determinam a remuneração. Por exemplo, o Tesouro Nacional emite títulos pré-fixados, indexados à taxa Selic ou à inflação (IPCA), acrescida de juros anuais. Os títulos com remuneração atrelada ao IPCA oferecem mais proteção em relação à inflação. Já os títulos indexados à Selic podem ser mais vantajosos em cenários de alta da taxa de juros, enquanto os títulos pré-fixados podem se mostrar muito atrativos se a taxa de juros de mercado recuar em relação à taxa contratada. Vale lembrar que variáveis como a inflação e a taxa Selic não são conhecidas no momento da compra do título. Por esta razão, é muito importante ficar atento às estimativas de mercado com o intuito de decidir qual título poderá proporcionar a melhor rentabilidade face aos objetivos de retorno e risco.

Quanto ao prazo, é importante saber que os títulos de renda fixa têm data de vencimento, embora alguns, como os Títulos Públicos, possam ser negociados a mercado, o que lhes confere elevada liquidez. No entanto, o investidor só receberá a taxa contratada se fizer o resgate no prazo contratual.

Já o risco de crédito está relacionado à possibilidade de o emissor (Tesouro Nacional, bancos, empresas) não honrar seus compromissos de pagamento das obrigações derivadas dos títulos (amortização e juros), o que pode gerar grandes prejuízos aos poupadores, inclusive a perda de todo o capital aplicado.

Para os que ainda não se sentem muito confiantes em relação à escolha dos títulos, sempre há a opção de fazer as aplicações indiretamente, por meio de produtos de gestores profissionais, como os que são oferecidos pelos fundos de pensão.

Porque o dólar comercial e o dólar turismo tem cotações diferentes?

Em primeiro lugar, esclarecemos que, no Brasil, há um único mercado de câmbio legal. Os termos "dólar comercial" e "dólar turismo" são utilizados no mercado para indicar as diferentes taxas praticadas, que variam conforme a natureza da operação. A expressão "dólar comercial" é utilizada para designar as taxas no mercado de câmbio, para operações como exportação, importação e transferências financeiras. O termo "dólar turismo" é utilizado para classificar as operações relativas à compra e venda de moeda para viagens internacionais, geralmente em espécie. A diferença das cotações decorrem do fato de que os custos administrativos e financeiros variam de acordo com a natureza da operação.

 

 

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