INFORMATIVO DE MACROECONOMIA E FINANÇAS PESSOAIS DA FUNDAÇÃO REAL GRANDEZA
Ano IV - Número 31 Março/abril de 2018
capa indicadores  decifrando o economês seu dinheiro tira teima
Xeque mate para a recuperação da economia brasileira?
n Entre o fim de 2017 e o início deste ano, havia grande otimismo em relação à economia brasileira e até mesmo um clima de euforia, que chegou a provocar forte alta no mercado acionário. Entretanto, decorrido pouco mais que um trimestre, os dados divulgados sobre a atividade econômica do início do ano demonstraram que, na verdade, houve um excesso de otimismo. Acendeu-se o alerta amarelo para a economia? O que aconteceu de fato?

Começamos por destacar o desempenho da indústria no primeiro bimestre de 2018: em janeiro, a produção industrial levou um tombo de 2,2%, seguido por um crescimento muito modesto de 0,2%, em fevereiro, ficando abaixo da expectativa do mercado (0,6%). Vale recordar que, em 2017, a produção industrial foi a grande surpresa, tendo registrado expansão de 2,5%, após três anos consecutivos em queda. O volume de vendas no comércio varejista (incluindo veículos e materiais de construção) também apresentou resultado muito positivo no mesmo período, com crescimento de 4,0%. No entanto, nos primeiros dois meses de 2018, o desempenho foi bastante modesto: em janeiro, o volume de vendas ficou estável e, em fevereiro, recuou 0,1%, frustrando a expectativa do mercado de que haveria uma expansão de 0,5%, conforme dados dessazonalizados¹, divulgados pelo IBGE. A inflação persiste em ficar abaixo da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central sinalizou a extensão do ciclo de corte da taxa Selic, que deverá terminar o ano em 6,25%, conforme expectativa do mercado. Olhando para frente, o que podemos esperar?

A frustração do mercado com alguns dados divulgados motivou uma revisão nas estimativas para o crescimento do PIB em 2018. De acordo com a pesquisa Focus, do Banco Central, a mediana das expectativas do mercado para o PIB deste ano recuou de 2,9%, ao fim de fevereiro, para 2,76%, em meados de abril.

Os resultados mais fracos e aquém do esperado pelo mercado, tanto no comércio quanto na indústria, não significam, necessariamente, uma mudança de tendência da atividade econômica, mas são um forte indicativo de uma recuperação lenta, que inspira cautela, conforme havíamos alertado na edição de número 29 deste Boletim. A boa notícia? Com o nível de taxa de juros no patamar mais baixo desde a criação do sistema de metas de inflação e com o cenário externo ainda favorável para o Brasil, é bastante provável que a economia ainda prossiga em seu curso de recuperação moderada.

 

¹ Consultar o Box decifrando o economês.

 

 

Os resultados mais fracos e aquém do esperado pelo mercado, tanto no comércio quanto na indústria, não significam, necessariamente, uma mudança de tendência da atividade econômica, mas são um forte indicativo de uma recuperação lenta, que inspira cautela, conforme havíamos alertado na edição de número 29 deste Boletim.

 

Dados dessazonalizados

 

São dados econômicos isentos dos efeitos relacionados a determinados períodos do ano, os quais tem influência importante no resultado final. O objetivo da dessazonalização dos dados é permitir a comparação entre os resultados de períodos distintos, excluindo efeitos que são característicos de determinado período. Por exemplo, as vendas de ventiladores são naturalmente maiores no verão, portanto, se queremos aferir se a evolução das vendas foi crescente ao longo do ano, precisamos utilizar dados dessazonalizados.

 

 

Sinais de que

você pode estar afundando

sua vida financeira

n Todos desejam alcançar a estabilidade financeira e conquistar um bom padrão de vida. O problema é que alguns comportamentos incorporados inconscientemente podem nos fazer trilhar no sentido contrário. Antes que isto aconteça, é bom avaliar se as decisões tomadas em relação às finanças e aos investimentos estão de acordo com os objetivos desejados.
 Aqui, vale uma pausa para citar Daniel Kanheman, autor e ganhador do prêmio nobel de economia, em 2002: “Quando tomamos uma decisão, enxergamos apenas o que queremos, ignoramos possibilidades e minimizamos riscos que enfraquecem nossas esperanças. O pior é que muitas vezes somos confiantes mesmo quando estamos errados”. Em linha com a ideia do conceituado autor, decisões aparentemente racionais podem estar direcionando a vida financeira para o abismo. Relacionamos a seguir alguns sinais de que pode ser necessária uma mudança de rumo. aOs gastos mensais absorvem toda a renda familiar Isto pode ser um indicativo de que as decisões de consumo estão sendo tomadas por impulso, priorizando o estilo de vida em detrimento da qualidade de vida. O indivíduo paga caro para manter um padrão de vida que sacrifica a vida financeira e pode comprometer a qualidade de vida a médio ou longo prazo. Despesas que absorvem um percentual muito alto da renda inviabilizam a formação de poupança e podem levar às dívidas. Além disso, não deixam margem para acomodar despesas imprevisíveis, que inevitavelmente surgirão em algum momento. Nesta situação, há pelo menos duas opções: buscar rendas alternativas ou priorizar os gastos e ajustar o estilo de vida à renda familiar, optando por um imóvel com aluguel mais baixo, por exemplo. aA falta de interesse sobre finanças e investimentos Não é necessário ser especialista no assunto, mas é possível adquirir algum conhecimento sobre produtos financeiros e seus riscos, acompanhar as políticas governamentais, e a evolução dos juros e dos preços. A alienação é a pior decisão e sem que você perceba pode estar guiando suas finanças para o precipício. É importante se inteirar sobre essas questões para assumir o controle da sua situação financeira e melhorá-la, ainda que já esteja boa. aO adiamento constante do cumprimento das obrigações financeiras Sabe aquela dívida que você sempre renegocia, alonga e nunca paga? Ela não vai desaparecer sozinha. O pior é que você acaba pagando juros demais e assim pode faltar dinheiro para investir em novos sonhos e fazer sua vida andar para frente. aA falta de comprometimento com uma poupança de longo prazo para a aposentadoria Ainda que pareça estar muito distante, a formação de poupança para a aposentadoria deve começar a ser construída o mais cedo possível. Aqueles que já se aposentaram, tenham ou não poupado para esta finalidade, sabem bem a importância de destinar uma parcela dos rendimentos mensais para este fim. O aumento da longevidade da população brasileira e as consequentes dificuldades enfrentadas pela previdência oficial tornam cada vez mais evidente a necessidade de se constituir poupança para esta finalidade, como uma forma de preservar a qualidade de vida no futuro. Se você se identificou em algum desses pontos, fique alerta. Se precisar fazer ajustes na condução das suas finanças, é sábio começar o quanto antes.
Vale a pena poupar para aplicar em ativos financeiros com as taxas de juros em queda?

A queda da taxa de juros muda o cenário para as aplicações e pode reduzir a atratividade de algumas modalidades. No entanto, é preciso ter em mente que  a realização de alguns dos nossos objetivos e o alcance da estabilidade financeira e de uma boa qualidade de vida a longo prazo dependem, essencialmente, da formação de poupança. Além disso, a redução da taxa de juros nominal tem sido acompanhada pela queda da inflação, o que atenua o impacto sobre a taxa de juros real, que vem a ser a remuneração do investidor. Para os mais ousados e dispostos a assumir um pouco mais de risco ou abrir mão da liquidez, há também outras alternativas de aplicação a serem consideradas. Juros em queda não são desculpa para negligenciar a formação de poupança.

 

 

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