Será que o pior já passou e a crise econômica vai aos poucos ficando para trás? Já é hora de colocar em prática os planos que foram deixados na prateleira por medo da crise?
A economia brasileira já dá alguns sinais discretos de recuperação, que podem ser observados tanto pelo lado do consumo quanto da produção, mesmo em meio a um cenário ainda de crise. Os leitores mais observadores talvez já tenham notado no seu dia a dia alguns desses sinais, ainda que tenha sido apenas a percepção de que "o clima econômico" no país está um pouquinho melhor.
No lado do consumo, os dados do IBGE são bastante ilustrativos: o volume de vendas no comércio varejista ampliado cresceu 2,7% no acumulado deste ano, até setembro. Parece pouco, mas é preciso lembrar que 2017 tem sido um ano de crise, no qual a taxa de desemprego atingiu nível muito elevado para o histórico recente. A inflação mais baixa desempenhou papel muito relevante para a atividade do comércio varejista, pois contribuiu para o aumento do poder aquisitivo da população ocupada. A recuperação do consumo, portanto, ainda é incipiente, frágil e incerta, mas certamente já se faz presente.
No lado da produção, apesar das inúmeras incertezas em torno da economia do país, a indústria nacional apresentou crescimento de 1,6% neste ano, até setembro, conforme dados da pesquisa industrial mensal do IBGE. A expansão foi pífia, é verdade, mas a recuperação é demonstrada pelo fato de que, em 2016, a produção da indústria recuou 6,6%. A grande surpresa deste ano veio da indústria de bens de consumo duráveis, que cresceu 11,7%. Este resultado foi possível graças ao avanço de 19,1% na indústria automobilística. Para quem não sabe, este desempenho está relacionado ao aumento das exportações de automóveis de passeio e caminhões. No caso específico de automóveis particulares novos já se observa também crescimento nas vendas no mercado nacional. De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o número de emplacamentos de automóveis novos, de janeiro até outubro deste ano, aumentou 10,6% em comparação ao mesmo período de 2016. Cabe salientar também que, conforme dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a confiança do empresário industrial melhorou significativamente ao longo desse ano, sobretudo a partir do terceiro trimestre.
Os dados de atividade econômica indicam que pode estar em formação uma tendência positiva e o mercado financeiro estima que a economia poderá voltar a crescer em torno de 2,5% no próximo ano, mas ainda é cedo para dizer se esta recuperação se sustentará. O cenário revela tons mais favoráveis e poderá trazer novas oportunidades, mas a cautela não deve ser descartada nesse momento.
Os dados de atividade econômica indicam que pode estar em formação uma tendência positiva e o mercado financeiro estima que a economia poderá voltar a crescer em torno de 2,5% no próximo ano, mas ainda é cedo para dizer se esta recuperação se sustentará.
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Melhora do mercado de trabalho já permite vislumbrar recuperação da Renda Familiar
A boa notícia é que o mercado de trabalho já começa a demonstrar alguns sinais, ainda que tímidos, de recuperação. De acordo com dados da PNAD divulgados pelo IBGE, no trimestre encerrado em setembro a taxa de desemprego ficou em 12,4%. Taxa ainda muito elevada, é verdade, mas inferior a dos trimestres encerrados em julho e agosto, indicando uma tendência decrescente. A qualidade dos empregos que vêm sendo gerados ainda é bastante discutível pois, em grande medida, a redução da taxa de desemprego tem se dado pelo aumento de pessoas trabalhando na informalidade, ou seja, sem carteira assinada. Cabe ressaltar que, em geral, após uma crise prolongada, a volta ao mercado de trabalho se dá via informalidade. Mais adiante, caso se consolide a recuperação econômica é que deverá ocorrer o retorno mais expressivo dos empregos com carteira assinada.
Paralelamente à recuperação do emprego, vem ocorrendo também melhora no rendimento familiar. Conforme dados do IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores brasileiros cresceu 5%, quando o comparamos com o rendimento do mesmo período de 2016. Para 2018, os economistas esperam que o mercado de trabalho continue se recuperando gradualmente, pois a ociosidade ainda existente na economia vai dando sinais de arrefecimento. Para muitas famílias isto pode ser um alento, enquanto para algumas isso pode até já ser uma realidade.
Por um lado, a inflação mais baixa, a elevação do rendimento do trabalho e a recuperação do emprego podem trazer melhorias substanciais para a qualidade de vida das famílias, ensejando grandes comemorações, especialmente, neste clima de fim de ano. Por outro, é bom lembrar que a economia ainda está em recuperação e que o momento não é o mais apropriado para "exagerar" nos gastos. Lembre-se de que a conta sempre chega. Se tiver dívidas, pague-as primeiro e livre-se logo delas. Se não as tiver, reserve uma parte para formar patrimônio pessoal e começar bem o novo ano. Comemore o novo emprego do seu familiar com moderação. Feliz Ano Novo para suas Finanças.
Pesquisas realizadas pela Fundação Getúlio Vargas indicam que o sentimento tanto de empresários quanto de consumidores quanto aos rumos da economia do Brasil está melhorando gradativamente. Veja alguns desses resultados e tire suas conclusões: o índice de expectativas do consumidor, em outubro, avançou pelo segundo mês consecutivo; o indicador de incerteza da economia em outubro recuou para o nível mais baixo desde fevereiro de 2015; o índice de expectativas da construção civil subiu pelo quinto mês consecutivo, refletindo a queda da inflação e da taxa de juros, que já tem se traduzido em aumento no número de lançamentos e das vendas; o índice de confiança do comércio atingiu, em outubro, o maior nível desde agosto de 2014; o índice de confiança de serviços subiu para o maior nível desde outubro de 2014.