No primeiro semestre de 2017, o cenário internacional mostrou-se bastante favorável para a economia brasileira e os mercados de ativos. Porém, no âmbito interno, as incertezas se acentuaram, abalando a confiança dos investidores e postergando a recuperação da atividade econômica.
Apesar dos temores em relação às consequências da saída do Reino Unido da União Europeia e os desdobramentos da eleição americana, os prognósticos mais pessimistas para o desempenho da economia global não se concretizaram ao longo do período. A União Europeia manteve-se em uma direção de consistente recuperação; a trajetória do juro americano não foi significativamente alterada; a economia chinesa não desacelerou bruscamente; a liquidez internacional permaneceu elevada; e o grau de aversão ao risco mais baixo. Este ambiente ajudou a atenuar parcialmente os efeitos da crise interna sobre os ativos domésticos brasileiros.
Ainda assim, a melhora na confiança de consumidores e investidores, observada no ano passado, ainda não se traduziu efetivamente em mudança de rumo da atividade econômica doméstica, como esperado. O PIB recuou 0,4% no 1º trimestre e não foram detectados, ainda, sinais de uma recuperação mais vigorosa no cenário local.
Por outro lado, o recuo consistente da inflação e a política monetária foram fatores com influência positiva sobre os ativos financeiros. O IPCA acumulado em doze meses foi de 3,0% em junho, taxa significativamente inferior ao centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para 2017 (4,5%). O comportamento da inflação, a ancoragem das expectativas inflacionárias e a credibilidade da política monetária viabilizaram a redução da meta de inflação para os próximos anos, anúncio que foi bem recebido pelos mercados. Além disso, o Copom deu prosseguimento ao ciclo de redução da meta da taxa Selic, que encerrou o 1º semestre no nível de 10,25%, menor taxa desde novembro de 2013.
A política monetária surpreendeu positivamente os mercados, uma vez que, no início do ano, a estimativa era de que a taxa Selic poderia encerrar 2017 em 10,25%. Terminado o 1º semestre, o mercado já projeta uma taxa de 7,5% para o fim do ano. A resultante da soma dos vetores positivos e negativos já citados foi uma modesta valorização de 4,4% do Ibovespa no 1º semestre de 2017. As taxas dos títulos públicos apresentaram bastante volatilidade, tendo recuado durante grande parte do semestre, encerrando o período em patamar bastante semelhante ao do início do ano. Ainda assim, os fundamentos econômicos e o desempenho dos mercados foram desafiadores para os gestores de ativos que buscam rentabilidade com segurança com a Real Grandeza.