No mês de maio é celebrado o Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio). Para falar sobre a importância do tema, o Conexão Saúde convidou a Dra. Klissia Malanquini, cardiologista da clínica Valsa Saúde e do Programa Linha de Cuidado da FRG.
De acordo com o Ministério da Saúde, existem 20 milhões de fumantes no Brasil. E as ações contra o tabagismo trouxeram mais um alerta em 2022: os perigos do cigarro eletrônico, elemento químico altamente viciante, cada vez mais consumido entre os jovens.
De acordo com a cardiologista, o tabagismo é o ato de consumir cigarros e outros produtos que contenham tabaco, droga cujo princípio ativo é a nicotina. Ao cessar o tabagismo, a recuperação se inicia imediatamente. Mesmo fumando há anos, bastam alguns meses sem fumar para se notar melhora na qualidade de vida. No entanto, o dano causado por substâncias já impregnadas no trato respiratório pode ser irreversível.
Em relação ao aumento dos dispositivos eletrônicos de fumar, a cardiologista observa que, constantemente, a indústria do tabaco tem pressionado os órgãos públicos para liberar esses produtos no país, enganando os consumidores com o discurso de redução de danos. No entanto, estes dispositivos podem causar as mesmas doenças que os cigarros convencionais com um agravante: provocar a EVALI, uma reação inflamatória grave nos pulmões pelo uso de cigarro eletrônico.
Com a pandemia de Covid-19, muitas pessoas tiveram dificuldade de se livrar do vício, aumentando o consumo e dificultando o tratamento daquelas que desejam se livrar do vício. A Dra. Klissia Malanquini reconhece o desafio e ressalta que deixar de fumar sozinho não é fácil e que é preciso contar com orientação de profissionais da saúde como médicos e terapeutas. “O primeiro passo é marcar uma data para parar de fumar e tentar reduzir a quantidade de cigarros aos poucos, a cada dia. Além disso, fazer atividade física todos os dias, por pelo menos 30 minutos, pode gerar as mesmas sensações de prazer que o cigarro e acabar diminuindo a dependência. E por último, evitar o consumo de bebida alcóolica, pois pode aumentar a vontade de fumar”, afirma Malanquini.
Em relação às campanhas de prevenção no combate ao tabagismo, a cardiologista afirma que ainda são necessárias medidas de prevenção e conscientização pois o tabagismo é uma doença epidêmica que causa dependência física, psicológica e comportamental semelhante ao que ocorre com o uso de outras drogas como álcool, cocaína e heroína. Segundo ela, o principal desafio para quem fuma, além de interromper o vício, é a socialização dos fumantes já que hoje existem leis para proibição do uso de cigarros em locais fechados.