O evento, realizado para celebrar o Dia Mundial sem Tabaco – celebrado no dia 31 de maio – contou com a participação da Dra. Luísa Doin, médica generalista, e da psicóloga Ana Flávia Melo, que atuam na Clínica Real Grandeza nas unidades de Copacabana (RJ) e Passos (MG), respectivamente, pelo Programa Linha de Cuidado e pela plataforma TeleRealSaúde.

De acordo com a Dra. Luísa Doin, o tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco, como cigarro, charuto, cachimbo, cigarro eletrônico e outros.

No Brasil, cerca de 157 mil pessoas morrem por ano por complicações do tabagismo. O hábito de fumar era visto como uma atitude “charmosa” e não era relacionado a doenças como câncer. “A partir das campanhas de conscientização e, principalmente com informações e imagens de alerta nas embalagens, o consumidor ficou mais atento aos malefícios do tabaco”, destaca a médica generalista.

Ela reconhece que houve avanços na luta contra o tabagismo com as campanhas antitabagistas e as leis antifumo no Brasil, proibindo o ato de fumar em locais fechados, inclusive bares e restaurantes. Porém, a situação ainda é preocupante. O tabagismo está associado às doenças crônicas não transmissíveis e também contribui para o desenvolvimento de outras enfermidades, como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.

Apesar das campanhas de conscientização sobre os malefícios do tabagismo, a médica explica que parar de fumar ainda é considerado um desafio para algumas pessoas porque a nicotina, principal responsável pela dependência do fumo, modifica o estado emocional e comportamental do indivíduo, causando sensação de bem-estar e alívio das tensões. Durante a pandemia, muitos fumantes aumentaram o consumo, diante de situações desafiadoras surgidas a partir do isolamento social.

A médica enaltece a importância do Dia Mundial sem Tabaco, mas lembra que ainda é necessário fazer mais para alertar a população sobre os malefícios do tabagismo. Segundo ela, muitos pacientes têm vontade de parar mas, sem uma orientação correta, é difícil enfrentar as sensações negativas que a falta do cigarro ocasiona – tais como temores, sudorese e outras – para não ter recaídas até alcançar a abstinência total. “Não existe uma regra. Essa batalha contra o tabagismo não pode ser enfrentada sozinha”, aconselha.

A psicóloga Ana Flávia Melo tratou da questão da relação entre a psicologia e o tabagismo. Por meio da psicoterapia, tratamento que busca cuidar das doenças da mente, transtornos psicológicos e restabelecer a saúde mental das pessoas, é possível identificar situações que desencadeiam o tabagista a buscar o cigarro, seja num momento de ansiedade, emocional ou estresse, ajudando o paciente a lidar com cada situação. O importante é encontrar caminhos alternativos por meio de um novo estilo de vida, recuperando a qualidade de vida.